Alvo por desviar milhões da Apae tirou dinheiro às pressas e queria fugir para a Itália

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O ex-diretor da Apae de Campo Grande, Paulo Henrique Muleta Andrade, 44 anos, tinha a intenção de fugir e morar na Itália, segundo investigação do Gaeco e do Gecoc, em Campo Grande. Ele foi preso na manhã desta segunda-feira (11), em casa e também sacou dinheiro, que deveria ser bloqueado, às pressas.

Paulo já era investigado e já tinha sido preso por fraude envolvendo montante de R$ 8 milhões. Dessa vez, a ”Operação Oculto” descobriu mensagens que mostraram que o próprio Paulo comentou que aguardava cidadania italiana para deixar o Brasil.

Ainda segundo o relatório da justificativa da prisão preventiva, a fuga para o país europeu impediria uma extradição do mesmo, caso condenado pela Justiça.

A decisão traz também que a Justiça viu outra situação grave, que foi o fato de Paulo Henrique ter sacado dinheiro às pressas e logo após recebimento de valores e depositar o montante em outra conta, também da Caixa Econômica Federal, mas em nome de um terceiro. Pouco antes, a Justiça havia determinado o bloqueio de R$ 8 milhões das contas dele.

”O que demonstra inequívoca intenção de impedir – ou de qualquer forma – embaraçar a investigação e ação penal e de ocultação de patrimônio desviado do erário”, diz a decisão judicial.

Ou caso

A Operação Turn Off, do Ministério Público Estadual, revelou que um dos gestores da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta, recebia 4% de propina na compra de materiais médicos para os doentes da entidade. O dinheiro era de convênio da instituição com a gestão passada do Governo do Mato Grosso do Sul.

A ação descobriu que Muleta era coordenador técnico do Centro Especializado em Reabilitação e Oficina Ortopédica da instituição. As tratativas de Paulo Henrique com o comando da organização iniciaram em 2019.

O convênio entre o Governo e a instituição que cuida de crianças especiais foi assinado em 9 de novembro de 2020 e contou com a presença do então secretário de Saúde, Geraldo Resende e até do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Propina

A Turn Off diz que  os envolvidos direcionaram compras de materiais para os atendidos na APAE para as empresas dos investigados e irmãos Lucas Andrade Coutinho, Sérgio Duarte Coutinho Júnior. Ficou acertado que Muleta receberia 4% dos valores das vendas efetuadas para a instituição que ele deveria zelar.

Ponto importante a ser destacado é que com receio de transferir a propina diretamente para conta bancária da esposa de Paulo Henrique, os investigados Sérgio e Lucas definiram que o dinheiro do crime seria pago em dinheiro vivo, feita em 16 de julho de 2019.





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