O secretário de obras durante a gestão do PSDB em Terenos – a 30 km de Campo Grande -, Isaac Cardoso Bisneto, usa o argumento de ter pedido exoneração 11 dias antes de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) para se livrar da prisão.
Atrás das grades desde o dia 13 deste mês, Isaac argumenta que pediu sua exoneração no dia 1º de agosto – publicada no dia seguinte em Diário Oficial.
Assim, advogado que representa o secretário aponta que o principal argumento do Gaeco para manter a prisão de Isaac seria o fato dele ser secretário “para resguardar a sociedade de maiores danos”.
Então, pede a liberdade de Isaac. “Além do fato do requerente não estar mais ocupando o cargo de Secretário do Município de Terenos, e, portanto, não exercer nenhuma influência em nenhum setor da administração pública, o mesmo, após a sua exoneração, reside de fato na cidade de Campo Grande“, alega a defesa.
O pedido será analisado pelo juiz Valter Tadeu de Carvalho, de Terenos.
Isaac teve habeas corpus negado liminarmente, mas desistiu do pedido e trocou de advogado.
Vereador suspeita de vazamento de informações
“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP), o Caco – 1º secretário da Câmara -, sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto, dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos.
Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. A exoneração foi assinada pelo prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB). O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.
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A reportagem questionou o prefeito Henrique (PSDB) sobre suposta informação privilegiada e sobre os motivos apresentados pelo secretário ao pedir exoneração, mas não obtivemos resposta até o momento.
O Jornal Midiamax também questionou o Gaeco sobre o possível vazamento de informações e se as denúncias seriam investigadas, mas não obtivemos retorno.
Operação revela esquema de corrupção na gestão do PSDB em Terenos
A investigação que implica a gestão do PSDB foi chamada pelos promotores de “farra das empresas convidadas”. Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), quatro empreiteiras se revezavam para vencer licitações, repassavam dinheiro umas às outras e faziam empréstimos para os ‘parceiros’ darem conta de tocar obras as quais venceram licitação.
Um dos investigados na operação é o ex-secretário Isaac Bisneto.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamaxo secretário de obras teria aderido a suposto esquema de corrupção entre empresários investigados. Então, estaria recebendo propina em nome do pai.
As investigações apontam que Isaac também atuava de forma a dificultar a participação de empresas fora do esquema nas licitações. Para isso, contou com ajuda de um servidor de sua confiança da pasta de obras.
São investigados os empreiteiros: Sandro José Bortoloto (Angico), Genilton da Silva Moreira (Genilton Moreira), Sansão Inácio (Sansão Inácio Rezende Eireli), Hander Luiz Corrêa Grote Chaves (HG empreiteiro) e Cleberson José Chavoni Silva (Bonanza). Tiago se enquadra tanto como servidor quanto como empreiteiro nas investigações, por também ter se favorecido de sua empresa, a D’Aço Construção e Logística.