Objetivo do partido é destacar a pauta feminina e também mostrar a importância de haver uma mulher pela primeira vez uma mulher à frente do senado brasileiro.
Após meses de negociações dentro do partido, a senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos) confirmou na tarde desta sexta-feira (12), pelas redes sociais, sua pré-candidatura à presidência do Senado. Em seu anúncio pelo Instagram, a senadora destacou a pauta feminina e a importância de ter, pela primeira vez, uma mulher à frente do Senado brasileiro.
“Já faz algum tempo que fui lançada pelo meu partido como a primeira pré-candidata oficial à Presidência do Senado. Minha presidente, @renataabreu.2020, assim como eu, entende a necessidade de ter mais mulheres ocupando os espaços de decisão”, escreveu em suas redes sociais.
Além da senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke, as senadoras Leila do Vôlei (PDT) e Eliziane Gama (PSD) firmaram um acordo com o objetivo de destacar a pauta feminista na próxima eleição para a presidência da Casa.
“Chegou a hora de conquistarmos nosso espaço. Nunca uma mulher ocupou um assento na Mesa Diretora desta Casa e agora, mais do que nunca, entendemos que não é apenas nossa oportunidade, mas também nossa responsabilidade. Vamos lutar por equidade no @senadofederal“.
Corrida pela sucessão no Senado
Corrida pela sucessão no Senado
Durante evento com mandatárias do Podemos Mulher de São Paulo (SP), em março deste ano, a presidente nacional do partido, Renata Abreu, indicou que a senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke será a escolhida da legenda para a disputa pela presidência do Senado Federal.
Vale lembrar que, a sucessão do atual presidente da Casa de Leis está marcada para o mês de fevereiro de 2025, sendo que Soraya deverá disputar principalmente contra Davi Alcolumbre (União-AP), parlamentar esse que tem apoio justamente de Rodrigo Pacheco.
Renata Abreu usou do encontro para adiantar a notícia no último sábado (09), apontando que o Senado Federal “há muito tempo” tem forças políticas que dominam o cenário, ressaltando a coragem necessária para entrar na disputa pela cadeira principal.
“Então o podemos tem candidata à presidência do Senado, a partir de hoje, que é nossa senadora Soraya Thronicke. Vamos começar um movimento de organização de campanha, de um por um, e vamos eleger a primeira senadora mulher presidente do Senado”.
Atualmente, o Podemos é a 5ª maior força no Estado de São Paulo, considerada a quarta maior bancada do Senado Federal e oitava da Câmara dos Deputados, a presidente da legenda concluiu argumentado que “não dá para se omitir num momento tão importante do nosso País”.
“Eu aceitei, de novo, um desafio que o partido me pediu. Foi um convite e a (presidente do Podemos) Renata Abreu me lançou na semana da mulher. E estou feliz, honrada e agradecida. É um momento propício. Hoje as mulheres têm uma representação no Senado. Hoje somos 15 com a entrada dessas suplentes, mas na Mesa Diretora, na vice-presidência, não somos representadas. A gente precisa se colocar”, aponta o Estadão Conteúdo, sobre entrevista de Soraya ao Broadcast Político.
Racha com o bolsonarismo
Racha com o bolsonarismo
Chegando ao poder pela mesma base eleitoral que tornou Jair Bolsonaro presidente em 2018, a postura adotada por Soraya aos poucos distanciou a parlamentar da família do ex-chefe do Executivo Federal, inclusive com troca de farpas com o filho “03”.
Eduardo Bolsonaro usou sua conta no twitter para divulgar uma gravação de Soraya ao lado de “petistas”, durante posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que “03” considerou como “traição”.
Na legenda do vídeo, Eduardo Bolsonaro escreveu “seu conceito de ‘traíra’ foi atualizado com sucesso”. Imediatamente Soraya Thronicke respondeu ao filho do ex-presidente escrevendo: “Feliz 2023 para você também, Bananinha! Paz, saúde, felicidade e sucesso para você e toda a sua família!”.
Importante esclarecer que esse termo foi cunhado pela jornalista ex-namorada de Eduardo, Patricia Lélis, em agosto de 2022. A informação é que ele teria pedido à Polícia que ela prestasse depoimento após chamá-lo de “pa… pequeno”.
Patrícia afirma que o relacionamento entre os dois durou cerca de três anos, acontecendo enquanto ambos eram integrantes da “ala jovem” do PSC, o que é negado por Eduardo Bolsonaro.
“Estou indo lá testemunhar com provas. Mais um dia normal na república das bananinhas bolsonaristas. Peço desculpas ao meu advogado, sei que deve ser uma merda ter estudado tanto para no fim ficar atuando em processo sobre tamanho do pa… alheio”, argumentou Patrícia à época.
Soraya se destacou por participar do ato da Democracia Inabalada, dia que marca exato um ano em que extremistas atentaram contra os Três Poderes. Também, buscou assinaturas visando instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar esses atos antidemocráticos.
“Após o imbróglio em relação ao meu requerimento, assinei o pedido de CPMI, que ocorre em conjunto com a Câmara dos Deputados, pois o que importa realmente é que seja feita uma investigação séria, sem paixões político-ideológicas, com toda a responsabilidade que o caso requer. Essa CPMI é da democracia brasileira”, disse a senadora ao Correio do Estado à época.
**(Colaboraram Laura Brasill, Eduardo Miranda e Léo Ribeiro)