Além de “faxinão”, Polícia Civil faz apelo à população para doar rações aos cães e gatos em situação de vulnerabilidade
A residência que abrigava animais em situação de maus tratos, além de poluição ambiental no bairro Chácara Cachoeira em Campo Grande, recebeu mutirão de limpeza nesta segunda-feira (8). A higienização ocorre quase uma semana após a prisão de duas mulheres, responsáveis pela ONG (Organização Não Governamental), onde foram encontrados 212 cães e 12 gatos em condições insalubres na última semana.
Com a participação de órgãos estaduais e municipais, a ação tem o objetivo de melhorar as condições de saúde e de higiene dos animais que vivem no local. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS), fez um apelo nas redes sociais, para que a população realize doações de rações aos pets.
O mutirão está sendo conduzido pela Vigilância Sanitária em parceria com a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). Os animais estão sendo vermifugados, microchipados e serão submetidos a exames de sangue pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).
O objetivo é diagnosticar possíveis doenças e, assim, iniciar os tratamentos necessários.
Assista o vídeo:
A Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) também participa da ação.
Bem estar animal
As doações podem ser entregues diretamente na sede da DECAT, localizada na Rua Sete de Setembro, 2421 – Jardim dos Estados, Campo Grande – MS. Telefone: (67) 3325-2567.
Denúncias sobre casos de maus-tratos a animais podem ser feitas pelo telefone: (67) 9653-0934. Em ação conjunta com a prefeitura e Vigilância Sanitária, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS).
Sobre o caso
De acordo com a Polícia Civil, P.S.B e N.S.B., ambas de 29 anos, são acusadas de maus-tratos e poluição ambiental. Conforme apurado pela reportagem, a ONG Guarda Animal é alvo de diversas denúncias, desde 2021, por poluição sonora (latido de cães), mau odor e perturbação do trabalho alheio.
Após queixas de vizinhos, uma equipe de investigadores da DECAT foi enviada a sede do abrigo, nesta quinta-feira (4), para averiguar os fatos. A delegada, acompanhada de investigadores, peritos criminais e Vigilância Sanitária, realizou uma inspeção na propriedade, onde foram constatadas diversas irregularidades, como:
- Acúmulo de dejetos, causando mau cheiro e atraindo insetos
- Presença de moscas, mosquitos e larvas em piscina sem tratamento e em latas espalhadas no quintal
- Animais com parasitas, representando risco à saúde humana
- Vestígios de queima de lixo no quintal
- Descarte irregular de resíduos sólidos e medicamentos
- Omissão de cautela na guarda de animais ferozes
- Grande quantidade de animais com sarna, em ambiente inadequado
- Animais sem carteiras de vacinação ou com carteiras incompletas
- Gatos presos em um cômodo imundo, com larva de mosquito
- Fossa extravasando
Pós prisão
O Poder Judiciário do Mato Grosso do Sul concedeu liberdade para as protetoras de animais, Nathalia de Souza Brizueña e Paola de Souza Brizueña, na noite desta sexta-feira (05). Com 212 cães e 12 gatos em condições insalubres, elas foram presas após a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais) receber inúmeras denúncias de maus-tratos.
A liberdade foi decidida pelo juiz Alexandre Tsuyoshi Ito, do qual, segundo o próprio, não há motivos para mantê-las em prisão preventiva, já que elas soltas não interferem no andamento das investigações do caso.
“A situação narrada nos autos de prisão em flagrante se mostra grave e necessita de apuração, contudo, a liberdade das requerentes deve ensejar o cumprimento da regularidade ambiental e das normas da vigilância sanitária, sem prejuízo do atendimento das medidas cautelares”, afirmou o juiz Alexandre.
Porém, mesmo em liberdade, as supostas protetoras não poderão receber novos animais na instituição, além da apresentação de diversas provas de higienização, limpeza e bons-tratos, como: relatórios fotográficos das instalações com limpeza, extratos bancários com recibos dos gastos, licença sanitária no prazo de 30 dias e apresentar a carteira de vacinação de todos os animais acolhidos pela ONG.
**Colaborou Naiara Camargo
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