Moradores da Chácara dos Poderes, próximo de onde funciona a ONG (Organização Não Governamental) que abriga cerca de 250 animais entre gatos e cachorros, alvo de uma ação da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) na quinta-feira (4), se dividem na opinião sobre a situação.
As irmãs, responsáveis pela ONG foram presas por maus-tratos. A mãe delas é quem ficou responsável pelos animais até que tudo seja readequado aos cuidados dos animais.
Uma moradora reclama, enquanto outro morador afirma não se incomodar.
A mulher, que preferiu não se identificar, contou que presenciou várias vezes alguns cães soltos na rua em frente a chácara. Ela disse que eles são bravos e que por medo de ser atacada parou de passar naquela rua.
A preocupação ocorre também em razão de doenças. Alguns animais foram encontrados com sarnas, nesta sexta-feira (5) no local, por exemplo, vários deles foram encontrados se coçando, outros com feridas, todos estão em local aberto, mas juntos, sem isolamento, o que pode auxiliar a doença a se espalhar pelos animais.
Já um morador mais próximo, diz não se incomodar. Ele afirma que o barulho é normal ‘de chácara, de cachorro’. O cheiro, apesar do forte odor de urina e fezes, ele também contou que não chega à sua propriedade.
Nesta sexta-feira (5) a mãe das responsáveis pelo local estava na chácara fazendo a limpeza da chácara.
Apesar da denúncia de animais do lado de fora da chácara, em vídeo divulgado nas redes sociais, uma das irmãs, presa por maus-tratos, explicou que o que faz é para ajudar os animais. Ela disse que muitos desses cães são jogados na chácara, pelos antigos donos que sabem que o local funciona uma ONG e não o contrário.
Abalada com a denúncia, ela alega que já mudou para uma chácara que era para ter um lugar melhor para cuidar dos animais. “A gente tá fazendo milagre com as doações”, lamentou.
A mulher explicou que a ONG tem sofrido perseguição de moradores e pessoas que acreditam ser ‘obrigação’ delas pegarem todos os animais da rua.
“Olhar do portão, todo mundo vai difamar, vai julgar, mas quem tá lá dentro fazendo o que eu tô fazendo?. Aí tem cocô na varanda, os cachorros acabaram de comer. É inacreditável. Abriram a porta de um carro a noite, jogaram 5 cachorros no mato e falaram que a gente soltou na rua. A gente ficou mais de um mês tentando pegar esses cachorros, porque eles não deixavam pegar. Os cachorros que estão aqui estão acostumados a ficar mais de três anos juntos. Se colocar aqui dentro eles matam. Ficamos um mês tratando, amansando”, lembrou.