O anúncio foi feito na última quinta-feira (6), em reunião ordinária organizada pelo Comitê Estadual da Rota Bioceânica (CEG ROTA)
Três dias após o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB) afirmar que o início das obras das alças de acesso à ponte da Rota Bioceânica estava previsto para novembro, o superintendente do DNIT em Mato Grosso do Sul, Euro Varanis, anunciou que as obras terão início até agosto.
O trajeto de 13,6km que liga a ponte até a BR-267 custará pelo menos R$ 472,41 milhões – valor este que é maior até mesmo que toda a ponte, orçada em R$ 436 milhões, conforme números informados à época do início da obras, de 90 milhões de dólares.
O anúncio foi feito na última quinta-feira (6), em reunião ordinária organizada pelo Comitê Estadual da Rota Bioceânica (CEG ROTA), onde foram discutidos assuntos relacionados à estruturação e governança da nova rota logística que vai ligar os oceanos Atlântico ao Pacífico.
Ao jornal Correio do Estado, Nelson Cintra (PSDB), disse durante evento no dia 4 de junho, que a empresa que venceu o processo de licitação, divulgado no dia 16 de novembro de 2023, o Consórcio PDC Fronteira, está desenvolvendo o projeto executivo.
“O que vai acontecer é que a ponte vai ficar pronta dentro de um ano, e o acesso só (será concluído) daqui dois anos e meio. Demorou (para abrir o processo de) licitação. (A ministra) Simone Tebet teve que pegar duro para viabilizar o recurso para fazer o acesso. A licitação já fazia certo tempo, mas faltava o recurso e agora não falta mais”.
Por conta da demora no processo de licitação, Cintra havia afirmado que a previsão de início das obras, seria apenas para o mês de novembro. Em março deste ano, o secretário da Semadesc Jaime Verruck chegou a estimar a data para julho ou agosto – mesmo prazo que Varanis garantiu.
Comitê
Na ocasião estavam presentes o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, e contou com a participação das entidades que compõem o comitê como Sebrae, Faems, DNIT, OCB, SEAD, Sejusp, PGE, Fiems, Fecomércio, Assomasul, UEMS, Setlog, Famasul, Prefeitura de Campo Grande, Secretaria de Saúde, entre outros.
O Comitê foi instituído por meio de decreto do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, no início do ano e é responsável por estabelecer diretrizes, governança e desenvolvimento da Rota no Estado, com políticas, ações e iniciativas sustentáveis.
Entre os assuntos discutidos estavam o andamento das obras do corredor bioceânico, os avanços da Ponte Internacional que liga Porto Murtinho a Carmelo Peralta e tem mais de 50% executada, o acesso de 13,6 km do lado brasileiro ligando a BR-267 à obra e o centro alfandegário, que deve ter início em dois meses, e o desenvolvimento das estradas essenciais do lado paraguaio.
Além dos desafios para implementação da Rota, como a questão aduaneira, os gargalos logísticos, econômicos e ambientais e plano gestor para desenvolvimento das cidades impactadas.
Rota
A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 km que ligará os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.
O projeto que começou a ser debatido em 2014 e que iniciou em 2017 tem a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos.
A ideia é que o corredor rodoviário entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile interligue o Pacífico e o Atlântico. Conforme estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os custos para o envio da produção sul-mato-grossense serão reduzidos, além do tempo de viagem, que será encurtado em até 17 dias rumo ao mercado asiático.
A Rota Bioceânica, conforme os mais otimistas, terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará.
O presidente do Consórcio Pybra – responsável pela construção da ponte, Paulo Henrique Leitão, informou que até o momento mais de 50% da obra da ponte, dos dois lados, já estão concluídos, e reforçou ainda que a obra conta com 150 trabalhadores diretos e cerca de 450 indiretos.
Objetivo da Rota Bioceânica
- Será importante para aumentar a integração entre os países;
- O transporte de passageiros e cargas será facilitado;
- Segundo o governo federal, os custos logísticos poderão ser reduzidos em até 25% e o tempo de viagem em aproximadamente 12 dias;
- A Rota oferecerá acesso a grandes mercados consumidores da Ásia, Oceania e Costa Oeste das Américas;
Integração do corredor bioceânico
- Brasil (Porto Murtinho);
- Paraguai;
- Argentina;
- Chile;